«Não chove, mas este é um dia de introdução,
alguém faz entrar uma chave na porta do conhecimento e abre novo jardim
- sim, é verdade -,
repleto de ciladas e onde é preciso andar sem inocência, na ponta dos pés e
levantando as mãos para não comer o fruto da Árvore do Tudo e do Nada.
Há outro modo de desfazer os nós da intensidade e de reconhecer o incognoscível.
Não o invisível, como Rilke lhe chamava atravessando o seu pomar,
nem como o espaço do invisível, de que o Vergílio falou durante tanto tempo.
O incognoscível não tem modo de ser pensado,
é o tropel das imagens vindas do horizonte
que ataca a chama que alumia e incendeia o cerne do anel.
É impensável adquirir experiência para as enfrentar.
Ou mordem, ou beijam.»
Maria Gabriela Llansol
Passou a ser usual entre nós brincar com as palavras de Llansol. Sempre que as espirais de fumo se desfazem na paisagem e se interpõem como obstáculos à visão.