Freeman Dyson, o físico teórico ligeiramente iconoclasta, gosta de sugerir que muitas descobertas verdadeiramente inovadoras da ciência do futuro serão feitas por indivíduos relativamente isolados, trabalhando em domínios fora de moda, em partes do mundo remotas. As pessoas que trabalham em ciência de tipo industrial, que publicam artigos com sessenta autores por página do título e um corpo de centenas para os apoiar, não têm simplesmente ideias originais – estão demasiado ocupadas a competir com o grupo rival […]
Ian Hacking, A Ciência tal qual se faz, Coord.Fernando Gil
Num mundo que tende a agrupar para somar e multiplicar é estranho que alguém defenda que o indivíduo isolado possa superar o grupo.Mas não sabemos nós que numa competição os dois intervenientes têm tendência para sair prejudicados. Assim é em teoria mas a tendência de agrupar e especializar funções é a que prevalece no mundo actual. O que é diferente isola-se e tende a ser anulado. Assim acontece na Natureza. A vida evoluiu para seres de organização e complexidade crescente atingindo o seu clímax no Homo sapiens ( defendendo um ponto de vista antropocêntrico) e nesse sentido o individuo isolado, não integrado é anulado.
Porém,
a criação é um acto de um homem só, é um acto isolado, um acto de inspiração (dizem que divina) que ocorre quando as condições são favoráveis.
Talvez por isso os prémios Nobel sejam atribuídos a uma pessoa só. A que foi capaz de inspirar e expirar. Os outros são os artefactos que enchem o laboratório do imortal. Pessoas artefactos. Operários de massa cinzenta.
“Nas Grandes Antilhas, alguns anos após a descoberta da América, enquanto os Espanhóis enviavam comissões de investigação para indagar se os indígenas possuíam ou não alma, estes últimos dedicavam-se a afogar os brancos feitos prisioneiros para verificaram através de uma vigilância prolongada se o cadáver daqueles estava, ou não, sujeito a putrefacção.”
Claude levi-Strauss “Raça e História”p.19
Neste livrinho
Para mim é inconcebível a noção de raça e superioridade racial pois de um ponto de vista biológico só existe uma espécie. Por outro lado existem mais culturas do que raças humanas. Quando se fala em sociedade humana e se tenta analisar a diversidade de formas de estar esquecemos que do ponto de vista da história da Terra somos apenas um produto recente e curioso na variedade existente. Ao nível micro a variedade cultural confunde-nos e baralha-nos mas a nível macro não passamos de mamíferos com uma massa encefálica considerável. Olhando para os nossos 4600M de anos de história diria que o futuro nos reserva o pó e apenas uma lugar nos Compêndios de História das crianças do futuro.
Moral da história como pede a minorca: aprendamos a ser humildes e procuremos as pequenas felicidades junto dos que nos querem bem.Um dia seremos uma partícula num dente de leão que, esse sim, resistirá á evolução…
LI
E as horas mortas vão passando…
Passa a velha Emília, alta e magra, cheia de rugas; um ar escuro e sério envolve-lhe a fisionomia cavada em profundidade agoirentas… A bruxa de Endor, já múmia transparece através dela…
Passa Inês, baixinha e alegre. Setenta anos, e a face lisa e redonda, e uns olhos de alegria! Exala um aroma branco e virginal. Vai morta e vai a sorrir…
( A morte destrói tudo – tudo, menos o riso, porque o riso é a própria expressão da morte, a única expressão viva que ela tem…)
[…]
Teixeira de Pascoaes, O Bailado
A morte.Ter medo da morte é ter medo do vazio, da anulação da alma. Mas que coisa é a alma que nunca a vi? Diria antes que a morte é uma mudança de estado: de matéria animada e neguentrópica para matéria com menor nível de energia e logo entrópica. È uma reacção química poderosa que nos faz incorporar em outros seres ou nos faz voltar para a poeira das estrelas através do vazio cósmico. Quando se fala em reencarnação talvez se percepcione essa capacidade de reciclagem da matéria que um planeta com vida possui. Ou mesmos sem vida. Somos pó e ao pó voltamos e dessa forma se regenera o ciclo da matéria. Daí podermos dizer que hoje somos carne e amanhã a pétala de uma flor.
Mas enquanto a morte não vem cumpre-nos o riso e a humanidade. A expressão da vida do Homo sapiens.
Barclay James Harvest ( rebel woman e Victims of cincumstances)
Uma dose dupla original mas devo confessar que fiquei arreliada com a quantidade de cópias reles que havia no youtube. Enfim, quem conhece o som original não se deixa enganar! os outros....que aprendam.
Era uma vez um lago numa floresta habitado por pequenos elfos. Nesse lago habitava a Senhora das Água tantas vezes cantada por petas e trovadores mas jamais avistada. A harmonia reinava nesse pequeno mundo e só era quebrada nos dias de muito calor quando o pequeno lago quase se evaporava. Ainda assim, nesses dias a Senhora fazia jorrar uma pequena fonte que a todos refrescava.
Um dia de Sol tórrido a Senhora saiu a passear pelos Oceanos e o pequeno lago transformou-se repentinamente num pântano. Atarantados animais e plantas começaram a clamar pela Senhora. Mas ai! A Senhora estava longe e não os ouvia. Os pequenos elfos começaram então a voar em círculos procurando uma fonte de água mas nada. Perante o desespero geral ocorreu então a magia: as plantas esticaram as suas raízes e procuraram água em locais profundos e os animais desenvolveram pulmões e começaram a respirar da atmosfera. Num passe de magica todos se adaptaram.
Quando a Senhora regressou avistou o lago e percebeu a transformação. O lago era agora o pântano e uma nova ordem se tinha estabelecido. Sorriu e regressou ao mar a entrançar o cabelo longo das sereias.