A flor que lentamente se extingue da paisagem é como esta truta que aguarda as trevas do planeta. No claro rio de águas transparentes, imóvel, aguarda a mão de quem preda e não sente a suavidade da brisa na face. O pescador vê o peixe, sabe que está em vias de extinção mas aguarda a época que lhe permitirá limpar o rio.
Um dia o interior deste país será como um rio poluído e seco, sem vida, depois de uma longa agonia que salta agora à vista. A minha herança será de matos onde outrora se alimentavam famílias, de penedos despidos, de florestas desordenadas que os fogos consumirão nos longos Verões. Imóveis aguardamos a mão que nos preda.