Os espíritos amorfos não saem de casa pela manhã. Ficam na cama a dormitar, sem sonhar, o sangue a fluir lentamente até ao coração. Pelo meio dia vêm espreitar o mundo e desejam ardentemente que tudo esteja igual ao dia anterior para então poderem ir novamente deitar-se. Dormitam mais um pouco e encostam-se a ver tv. Assistem passivamente e passivamente vêm passar as nuvens no céu. Um dia morrem e ninguém perguntará por eles.
Conto-lhe a história da guerra de Tróia. De Ulisses, Helena, Paris, Aquiles. De como tentaram evitar a fuga à guerra espalhando sal na praia ou refugiando-se entre os vestidos das mulheres. De como o engenho dos guerreiros foi mais forte que os truques de embuste. De como morreram heróis, de como o engenho, no fim, prevaleceu. Mas na guerra, o que conta é a destruição, a humilhação do vencido, a barbárie do vencedor. Faltou-me dizer que o regresso de Ulisses foi recheado de aventuras mas fica para a próxima vez que ela me pedir uma história. Dessas que se escondem
As pedras são cinzentas e nuas. Aqui e acolá vêem-se pequenos rastos de líquens, às vezes musgos. O lugar é desolado e ventoso. No chão ali perto areão grosso salpica o solo imaturo, pouco profundo, silicioso.Lá ao longe vê-se o céu azul a perder de vista e, perdidos algures, pequenos fragmentos de nuvem. Aves cruzam o céuo sol a aquecer-lhes as penas.
Assim é a ´terna indiferença do mundo'.
Existe um lugar belo embora transformado pelo homem onde vive uma espécie rara de rã. Uma rã que lentamente se extingue. Nesse local, outrora paul, existe uma fonte que não pára de correr. Juntaram-se as vontades e construiu-se uma piscina pública. Para que as rãs mergulhassem contruiram-se lagos próximo. Agora vivem em harmonia.