Entro e logo lhes abro a porta: começa logo a formatura: todos calados e tranquilos. Sentam-se em silêncio, risos últimos são abafados, o caderno, o sumário, a concentração.
Então, quando todos se aquietam logo lhe digo em tom calmo e prazenteiro o conteúdo da lição: sussurro-lhes a matéria, explico a sua importância, faço ligações com matérias anteriores, obtenho a sua cumplicidade e predisponho-os para a novidade. E é já com ritmo que começam a ouvir-me, rendidos aos volteios da história que na sua frente se desenrola. Mais cor, tom firme, rabiscos aqui e ali, pergunta para acolá, o tempo voa interrompido por pequenos tempos aparentemente mortos onde a reflexão ou o mecanismo automático tomam lugar.
Às vezes apenas exercícios e o tom feliz de quem tentou e conseguiu. Por vezes o tom de lamúria de quem quer navegar na manhã de sol que se espraia pela serra fora. Por vezes a impaciência de chegar ao aconchego doméstico.
Ás vezes, apenas, permanecer.
Outras voar.